domingo, 26 de abril de 2015

Sobre amor e apego

Erroneamente, constantemente relacionamos amor e apego. Virou moda não se apegar, mais que isso - a ilusão do não apego. Apegar-se desconstrói o sentimento pautado naquilo que o outro realmente é. Construímos imagens e  idealizações em cima do que o outro é ou deveria ser de acordo com nossa opinião, para nossa própria satisfação. À partir do momento que alguém que acreditamos amar, mas somos apegados, não satisfaz nossos desejos, sentimos frustrações e aversões àquela pessoa. Talvez esse seja o famoso "ele (ela) não era quem eu pensava ser." As pessoas são como são e não como desejamos que elas sejam. As relações que mantemos diariamente nos ensinam muito sobre isso. Vivemos esperando que o outro aja e pense de acordo com nossa própria linha de raciocínio. Esperamos sempre estar na mesma página. Eu espero isso. E isso é um GRANDE problema, principalmente em relacionamentos à dois. O sentimento não se baseia, por exemplo, exclusivamente em quanto tempo o casal passa junto, se andam por todos os lados grudados ou não. Amar é tão simples. Amar não anda ao lado do apego e sim da liberdade e independência. Sim, é complicado abandonar aquilo que é palpável e nos traz segurança no mundo como o que vivemos. Mas do pouco (ou suficiente) que acho que entendo sobre o amor.. não há nada palpável mesmo. Precisamos abandonar o apego. Des(apegar) do apego. Sabe?! Ao fazer isso percebemos que amar ao próximo é o caminho mais natural do ser humano de se relacionar. Assim, permitimos que os outros sejam quem são e abandonamos a ideia fixa que rodeia nossa mente de como gostaríamos que eles fossem. De forma alguma isso é uma tarefa fácil. Mas é possível, necessário. Amar basta por si só.

2 comentários :

  1. imagino que o amor para com os outros, sempre depende de nosso amor próprio. sem um, falhamos miseravelmente no outro.
    é aquela coisa antiga de "não procure alguém que te complete... se complete e procure quem te transborde".

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    1. Que lindo, anônimo! Isso! Meu amor não é uma condição de existência e sim de exaltação do meu Ser.

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